quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A tragédia

O triste fim de Rosilene

Oh! Senhor do Universo
Criador do céu  e mar
Da linda flor do jardim
Das aves soltas no ar
Reis dos reis dessa nação
Me encha de inspiração
Pra essa história eu contar.

Vou falar de Rosilene
Menina do interior
Filha de Dona Rosa
E seu João de Nonô
Apesar de pobrezinha
Morava numa casinha
Onde tinha muito amor.

A história de Rosilene
Envolve muita tragédia
Pois um amor impossível
O ódio faz sua média
Junto a esse sentimento
Não andam um só momento
A paz, sorriso e comédia.

Até os seus 12 anos
Por ser longe até de mais
Não freqüentava escola
Mas por dotes especiais
Aprendeu a ler sozinha
Destrinchando as letrinhas
De pedaços de jornais.

Rosilene dona de casa
Cozinheira de mão cheia
Lavava roupa no rio
Se banhava qual sereia
Tratava todos muito bem
Não ofendia ninguém
Nem falava coisa feia.

Sua alma era pura
Nela não se via maldade
Não pensava em namora
Prezava a castidade
Era como uma criança
Cultivava a esperança
Plantando felicidade

Era o orgulho de sua mãe
O seu pai não tinha fé
Rosilene ainda menina
Tinha um corpo de mulher
Não dormia sem rezar
Pra santinha do seu lar
Mãe de Jesus de Nazaré.

Seus cabelos eram longos
Iam até a cintura
Seios fartos, olhos verdes
Morena com formosura
Com seus lábios bem rosados
O seu corpo bronzeado
Era linda a criatura.

Toda moça da cidade
Tinham inveja dela
Os rapazes eram loucos
Vendo a beleza nela
Todo homem que a avistava
Com certeza babava
Quando passava por ela.

Rosilene  mesmo inocente
Muito sentimento atiça
Não ouvia as cantadas
Nem ligava pra cobiça
Só saia de seu lar
Quando ela ia rezar
Domingo cedo na missa.
Na cidade que morava
Tinha pouca diversão
Somente no mês de Junho
Do padroeiro São João
Tinha festa o mês inteiro
Os festejos do padroeiro
Era muita animação.

Era parque lá na praça
Carrossel, roda gigante
Moça bonita na praça
Rapazes bem elegantes
Muita comida e quentão
Pra terminar um leilão
Cheio de gente importante.

Rosilene  muito jeitosa
Depois de fazer as preces
Pedia para o seu pai
Pra ficar lá quermesse
O pai a força deixou
Mas também aconselhou
Que às dez horas se aprece.

Rosilene muito contente
Ficou na festa com Maria
A filha de uma amiga
Que fez lá na romaria
Se divertiu plenamente
Só em vê aquela gente
Sorrindo com alegria.

Mas um tal de Zé Luiz
Filho de um  fazendeiro
Soube de sua presença
Na festa do padroeiro
Começou a procurá-la
Queria muito encontrá-la
Era um namoradeiro.

Dos rapazes da cidade
Zé Luiz tinha a fama
De levar todas donzelas
Pra cima de sua cama
Rosilene ele desejava
Porém,ela nem bola dava
Porque era uma dama.

Zé Luiz a procurou
Em todo lugar que fosse
E até que encontrou
Comendo um algodão doce
Quando enfim a avistou
De repente se animou
Seu coração alegrou-se.

O filho do fazendeiro
Começou a cortejar
A pobre da Rosilene
Pra com ele namorar
A menina se esquivava
E ele com muita raiva
Jurou até a matar.

Quando o relógio bateu
Exatamente dez horas
Rosilene saiu depressa
Daquela festa a fora
Correndo desesperada
Com medo que o camarada
Fosse na casa que ela mora.

Logo que chegou em casa
Sua mãe a recebeu
Mas a moça não contou
Tudo que na festa ocorreu
Se banhou e se foi jantar
Depois na cama deitar
Porém não adormeceu.

Deitada na sua cama
A noite inteira passou
Pensando na ameaça
De Zé  Luiz vingador
A menina tinha medo
Mas guardou esse segredo
A ninguém ela contou.

Na manhã do outro dia
Descendo de morro abaixo
Com uma trouxa  de roupa
Pra lavar lá no riacho
Sentando na beira do rio
De repente ela viu
Aquele malvado macho.

Sem ter muita reação
A menina angelical
Não avistava ninguém
No imenso matagal
O malvado com desdém
Disse se não me quer por bem
Então vai querer por mal.

E com um pedaço de pano
O maldoso Zé Luiz
Tampou logo a boca
De Rosilene infeliz
Depois rasgou seu vestido
Como um animal atrevido
Fez tudo que ele quis.

Depois de estuprá-la
Com uma faca na mão
Não teve nem piedade
Das lagrimas de aflição
Rosilene esfaqueada
Com sua roupa rasgada
Ficou morta lá no chão.

Zé Luiz fugiu depressa
Pela beira do rio
O crime que cometeu
Nenhuma pessoa viu
Rosilene perdeu a vida
Por causa do homicida
Que dela não desistiu.

As horas foram passando
E o coração maternal
De sua mãe dona Rosa
Começou a passar mal
E  se pai bem preocupado
Saiu desesperado
Por dentro do matagal.
Como se já soubesse
Mas a esperança importa
Saiu  muito apressado
Por cima l a da comporta
Procurando sua filhinha
Encontrou a coitadinha
Na beira do rio morta.

A notícia se espalhou
Por toda aquela cidade
A polícia procurando
Quem fez a tal crueldade
Não merecia morrer
Precisava era sofrer
Por toda a eternidade.

Rosilene foi conduzida
Pelo meio da estrada
Para dentro da Igreja
Que também foi batizada
Mas quem lá comparecia
Chorava quando a via
Ela no caixão deitada.

Zé Luiz enlouqueceu
Vendo o que tinha feito
Gritou  durante o velório
Isso não ta direito
O remorso lhe abala
E disparou duas balas
 No meio próprio peito.

Zé Luiz agonizando
Se arrastando pelo chão
Dentro da igrejinha
No meio da multidão
Pegou na mão do anjinho
E pediu com muito carinho
A ela o seu perdão.

Depois disso faleceu
Ao lado do caixão
De Rosilene inocente
No meio da multidão
O assassino Zé Luiz
Morreu sorrindo feliz
Segurando do anjo a mão.

Os dois foram enterrados
Quando o dia entardeceu
Por detrás da mesma igreja
Onde Zé Luiz morreu
Pela estrada do caminho
Onde faleceu o anjinho
Um belo jardim nasceu.

Fica aqui o meu conselho
Pra todo conquistador
Não ganhe moça pela força
Eu lhe peço por favor
Porque mulher é divina
É tão linda a sua sina
Na sua função maternal
E quem uma violentar
Essa conta vai pagar
Ao pai celestial.

Jorge Romão Barbosa – professor e porta
96021297- 33154780>>>>>>>>>>

2 comentários:

  1. Pobre da Rosilene!!!!!Gostei do seu blog tá ficando SHOW.

    ResponderExcluir
  2. Puxa vida Jorge Romão, está história é mesmo triste, tomara que tenha sido apenas ficção da sua cabeça.

    ResponderExcluir